Clobazam é um remédio tarja preta forte que trata ansiedade e convulsões, e pertence à mesma classe do Clonazepam, que você já deve ter ouvido falar e eu vou te falar qual é a diferença entre eles também. O Clobazam é indicado para tratar tanto os sintomas psicológicos quanto os sintomas físicos causados pela ansiedade, como tensão, inquietação, irritabilidade, insônia, mudanças de humor e os distúrbios psicovegetativos e psicossomáticos, que acontecem quando o paciente sente realmente dores e outros sintomas em órgãos e partes do corpo, como dor no peito e falta de ar, por exemplo, embora qualquer exame realizado não aponte qualquer doença ou causa física.
E agora você vai ficar sabendo tudo sobre o Clobazam, qual o tipo correto de receita pra comprá-lo, a azul ou a branca, como ele age no organismo, se serve para dormir, quais são as doses adequadas para os tratamentos, as interações medicamentosas, os efeitos colaterais, quem não pode tomar e o preço também.
Como o medicamento age
Clobazam é uma substância benzodiazepínica com efeitos ansiolítico e anticonvulsivante que vai tratar os sintomas da ansiedade e convulsões ao agir deprimindo o Sistema Nervoso Central. Os benzodiazepínicos possuem outros efeitos também, são tranquilizantes, sedativos, hipnóticos e relaxantes musculares, mas são tarja preta e possuem alto risco de causar dependência, por isso o tratamento com eles deve ser de curta duração.
E apesar de dar bastante sono e provocar sedação, ele não é indicado para o tratamento da insônia, nem deve ser utilizado somente com a finalidade de dormir.
Qual a diferença entre Clobazam e Clonazepam?
Clobazam e Clonazepam são benzodiazepínicos e possuem os mesmos efeitos e mecanismo de ação, levando praticamente o mesmo tempo para atingir a quantidade máxima de suas substâncias na corrente sanguínea. Alguns estudos apontam que o Clonazepam pode ter efeito ansiolítico e anti pânico superior, enquanto outros sugerem que não há diferença entre eles. Se o médico receitou o Clobazam, vai o Clobazam mesmo.
Modo de uso
Os comprimidos de Clobazam devem ser tomados com líquido, durante as refeições ou não. A dose diária indicada para o tratamento vai depender muito de cada caso, mas deve ser sempre a menor possível, observando-se principalmente a resposta do paciente ao remédio.
Para adultos e adolescentes com mais de 15 anos de idade, a dose inicial para controlar a ansiedade é, geralmente, de 20 mg por dia, que pode ser aumentada com o tempo até a dose máxima diária de 30 mg. Para o tratamento da epilepsia as doses iniciais são mais baixas, iniciando com 5 a 12 mg por dia, até o máximo de 80 mg por dia. Nos pacientes idosos, uma dose diária de 10 a 15 mg já pode ser suficiente.
Para as crianças entre 3 e 15 anos, a dose diária para tratar a ansiedade de 5 a 10 mg de Clobazam também já pode ser suficiente. Para a epilepsia, recomenda-se começar com 5 mg por dia e depois continuar com uma dose de manutenção de 0,3 a 1 mg/kg de peso corporal.
As doses diárias de até 30 mg podem ser tomadas de uma vez só, antes de dormir, mas também podem ser divididas ao longo do dia, com a maior quantidade sempre tomada à noite.
A duração do tratamento da ansiedade deve ser de, no máximo, 12 semanas, podendo durar mais apenas sob orientação médica. É importante que o tratamento dure pouco devido ao risco de dependência. Nos dois casos, o paciente deve ser avaliado após 4 semanas para que o médico identifique se há ou não necessidade da medicação continuar. A interrupção do tratamento depois de um longo prazo deve ser feita aos poucos para evitar que o paciente apresente sintomas de abstinência e diminuir o risco de convulsões.
No tratamento da depressão, da epilepsia e de distúrbios psicóticos, como a esquizofrenia, o Clobazam não deve ser utilizado com exclusividade, nem ser o medicamento de primeira linha escolhido, deve ser um complemento a outros remédios.
O que fazer caso esqueça
Se você esquecer de tomar uma dose do Clobazam deve tomá-la assim que se lembrar, mas se o horário da próxima dose já estiver próximo, espere para tomar no próximo horário mesmo. Respeite sempre o intervalo de tempo entre as doses e não duplique nenhuma delas para compensar a que foi esquecida.
Interação com outros medicamentos
Deve-se tomar bastante cuidado durante o tratamento com Clobazam em caso de outros remédios depressores do Sistema Nervoso Central serem utilizados, como os analgésicos narcóticos, incluindo a morfina e a codeína, antialérgicos com efeito sedativo, remédios hipnóticos e ansiolíticos, como outros benzodiazepínicos, alguns antidepressivos, remédios para convulsão, anestésicos, antipsicóticos, outros sedativos e também o lítio, pois esse efeito no sistema nervoso pode ser potencializado tanto pela ação do clobazam quanto desses outros remédios.
Usar o Clobazam junto com os opioides, que são os analgésicos narcóticos, como a morfina e codeína que eu já citei, além do tramadol, fentanil e outros, pode causar euforia, aumento da dependência psicológica, além de aumentar o risco de sedação, depressão respiratória, coma e morte. Se precisarem ser utilizados em conjunto, a dose e a duração do tratamento devem ser as mínimas possíveis.
Quando utilizado junto com outros remédios que tratam convulsões, pode haver interações entre eles, por isso o paciente deve ser sempre monitorado pelo médico.
O clobazam também pode aumentar a concentração de ácido valpróico e da fenitoína no organismo quando utilizado junto com eles. A carbamazepina também pode interagir com o Clobazam.
E tem mais, o estiripentol e os inibidores moderados e potentes da enzima CYP 2C19, como fluconazol, fluvoxamina, ticlopidina e omeprazol, também potencializam o efeito do Clobazam no organismo. Já os efeitos dos relaxantes musculares e do óxido nitroso podem aumentar na presença dele.
O ajuste das doses de alguns medicamentos que são metabolizados pela mesma enzima que o Clobazam inibe pode ser necessário, como o dextrometorfano, pimozida, paroxetina e nebivolol.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais mais comuns do Clobazam incluem sonolência e fadiga, sedação, tontura e diminuição da atenção, por isso o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas durante o tratamento. E vou ressaltar logo que a ingestão do Clobazam com o álcool é contraindicada, pois nesse caso pode haver aumento da sedação e de outros efeitos colaterais.
É comum, também, surgir diminuição do apetite, boca seca, enjoos e prisão de ventre, irritabilidade, agressividade, inquietação, depressão e tolerância ao medicamento, principalmente se for usado durante muito tempo, ou seja, depois de um período ele pode não surtir mais o efeito desejado. O clobazam também pode causar problemas na fala durante o tratamento, que pode ficar mais lenta, dor de cabeça, tremores e falta de coordenação motora.
As reações adversas incomuns acontecem com menos frequência, como alterações no comportamento e perda da memória, confusão mental, dificuldade de sentir e expressar emoções. Pode ocorrer ansiedade como um efeito rebote, delírios, pesadelos e perda do desejo sexual, visão dupla, rash na pele, ganho de peso e quedas.
E tem mais efeitos colaterais listados na bula que ocorrem em frequência desconhecida, como dependência, insônia no início do tratamento e sono de má qualidade, além de alteração de consciência, resposta lenta aos estímulos, distúrbios psicóticos, alucinações, raiva e pensamentos suicidas. Movimentos involuntários nos olhos, dificuldade para andar, espasmos musculares e fraqueza muscular também estão incluídos.
Ainda em frequência desconhecida fica o alerta para o surgimento de depressão respiratória e insuficiência respiratória, hipotermia e reações na pele, como urticária, Síndrome de Stevens-Johnson e Necrólise Epidérmica Tóxica, com essas duas últimas podendo ser até mesmo fatais.
Quem não pode utilizar
Pacientes com alergia ao clobazam ou a qualquer componente de sua fórmula e mulheres grávidas ou que estejam amamentando não devem utilizar esse remédio, assim como pacientes com miastenia grave, insuficiência respiratória ou hepática graves e apneia do sono,
Ele também é contraindicado em crianças entre os 6 meses de vida e 3 anos de idade, a não ser por recomendação médica em último caso.
Preço
O Clobazam pode ser encontrado com os nomes comerciais de Frisium, que é o medicamento referência, ou Urbanil, que é o medicamento similar.
A caixa com 20 comprimidos de 10 mg do Frisium, que é o medicamento referência, pode custar de R$16,00 a R$25,00. Ele só é vendido com receita médica azul, por ser tarja preta.
Atualizado em: 08/11/2023 na categoria: Benzodiazepínicos